sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

DEVE-SE TER MAIS CONFIANÇA NOS OLHOS DO QUE NOS OUVIDOS

A obra política é sobretudo obra de resultados.
É fácil criticar, até porque o retrato do português comum é de uma verticalidade singular - não é eivado de individualismo, nem tem com a autoridade senão relações baseadas na confiança.
É mister desenraizar os defeitos de uma educação viciosa que não tem dado o rendimento preciso. Parece que o português comum é um cidadão exemplar, que não procura contornar as leis, que tem sempre uma postura correcta com o seu patrão, não faltando ao trabalho com falsas baixas, que não esconde alguma coisa dos seus rendimentos ao fisco. Vive preocupado com o seu país, com a comunidade que o rodeia e que só depois de tudo isto é que se preocupa consigo.
A realidade é que ao longo dos tempos se verifica, que os homens mudam pouco e então os portugueses, quase nada! E no que diz respeito a esta atitude de individualismo e maledicência, os portugueses nada mudaram.
Mas, por outro lado, o português comum é generoso, afectivo, emocional. E é precisamente esse lado emocional que pode arrastar o português a vibrar em volta de um facto, de uma ideia, de uma personalidade. Em tais períodos, o espírito generoso do português comum leva-o a perder o seu habitual sentido das realidades.
Dizemos mal dos clubes, dos árbitros, dos políticos, dos partidos. É um nunca mais acabar. Nem sei por que razão continuamos a ter eleições!
Em vez de andarmos a criticar e na maledicência, necessitamos de algum tão simples como a formação das vontades para dar continuidade à acção.
Ultrapassar o individualismo e a característica de maledicência passar a raciocinar com a razão e deixar de parte a emoção!
Porque se não, não passaremos de um povo de conversadores… inúteis, sobretudo quando não somos espirituosos.
Porque a obra política é sobretudo obra de resultados, se no país, infelizmente, tal não acontece, existem excepções que são de louvar e uma delas, é a evolução, a modernização e a qualidade de vida atingida, nestes últimos vinte anos, no concelho de Oeiras!

“Oculis magis habenda fides quam auribus”. [Erasmo, Adagia 1.1.100] Deve-se ter mais confiança nos olhos do que nos ouvidos

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ISALTINO, A JUSTIÇA E AS ELEIÇÕES

É no mínimo curioso o andamento dos processos nos tribunais portugueses. Esperando, todos nós, que se realize, em tempo útil, a descoberta da verdade material, não deixa de ser curioso é que os processos mediáticos, de figuras políticas, sejam despoletados, sempre, em anos de eleições.
Se bem me lembro, os primeiros indícios do caso Freeport, foram despoletados em 2005, ano de eleições, voltando o mesmo à ribalta, em 2009, ano de eleições.
E quem é o atingido com esta mediatização da justiça? O Primeiro-Ministro, José Sócrates e de modo indirecto, o Partido Socialista.
Com Isaltino Morais, “mutatis mutantis”, o processo desenvolveu-se do mesmo modo. Em 2005, o mesmo é acusado, mantendo-se durante toda a campanha eleitoral, a mediatização do acontecimento, já depois de o mesmo, desde 2002, andar sob investigação. Ou seja, até ao momento, já lá vão sete anos a viver sob a pressão de um processo, o que convenhamos, não tem nada de agradável.
Foi o achincalhar, na praça pública, com notícias nos jornais, entrevistas em televisão, rádios, etc. O denegrir da imagem do autarca, da pessoa, afectando, todos os que se reúnem à sua volta, em especial, a família, “na esperança de que fosse feita justiça”.
Decorreram, quase quatro anos e voltamos a assistir, à marcação do julgamento, com carácter de urgência, para decorrer até às eleições. E, o jornal mais informado sobre o assunto, que aliás, nutre um especial interesse por Isaltino, o jornal SOL, já havia noticiado que os juízes de Oeiras consultaram o Conselho Superior de Magistratura sobre este assunto, colocando-se assim a possibilidade de que o processo de Isaltino venha a ser julgado por magistrados que se dediquem, em exclusivo, a este processo.
Escusado será dizer que a partir deste momento, quer Sócrates, quer Isaltino, passam a estar nos meios mediáticos, até às eleições. É uma mera curiosidade, como a justiça é tão célere nestas épocas. É que já vi, procedimentos cautelares, a levarem oito meses para que os tribunais se pronunciassem, e estes, sim, são processos urgentes.
Mesmo assim, em 2005, ambos ganharam as eleições. E, não fazendo futurismo, vão ganhar as eleições de 2009.
Diz ainda, o jornal Sol, que depois da decisão tomada em tempo recorde pelo Tribunal Constitucional (entre Outubro e Novembro) – de não aceitar o recurso de um outro arguido no caso –, o processo foi enviado para Oeiras em Dezembro e de imediato atribuído a um dos juízos do tribunal.
O objectivo do tribunal e do Conselho Superior da Magistratura é o de que o julgamento se realize o mais depressa possível, de modo a estar concluído antes das eleições autárquicas – que se realizarão em Outubro próximo.
Porquê antes das eleições? Porque não, no mês das eleições ou depois das eleições? O efeito não é o mesmo? Isaltino não irá ser “bombardeado”, todos os dias, com notícias na comunicação social? A sua reeleição não será na mesma afectada? A imagem do primeiro –ministro não irá ser achincalhada com o caso Freeport?
Nestes últimos anos, não conseguimos conter a justiça, na “Domus Justitiae”.
Sabendo nós, que o Tribunal de Oeiras tem três juízos criminais e mais de 18.000 processos pendentes, consegue-se dar um destaque especial ao caso Isaltino. Mas a justiça não é igual para todos? Há prioridades na justiça? Como cidadão estou é preocupado, com os homicídios e roubos, do que com a urgência de um processo que já leva sete anos, desde a investigação ao julgamento, de alguém que todos conhecemos, sabemos onde vive e, onde trabalha mais de 12 horas, todos os dias da semana. E a semana não tem cinco dias, tem sete, incluindo sábados e domingos!
É que os Oeirenses, em 2005, com toda a pressão mediática colocada, reiteraram a sua confiança pessoal e política, em Isaltino, nas eleições autárquicas e voltarão a fazê-lo, em 2009, quer queiram quer não!
Não há dúvidas que, em Outubro de 2009, voltará a fazer-se justiça, reelegendo Isaltino Morais, como Presidente da Câmara Municipal de Oeiras!

“Ius neque inflecti gratia, neque perfringi potentia, neque adulterari pecunia decet.” [Cícero, Pro Caecina 73, adaptado] Não convém que a lei seja distorcida pelo favor, nem rompida pela força, nem corrompida pelo dinheiro.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

SÓCRATES ASSUMIU-SE

Sócrates assumiu-se pelo casamento dos “gays”. Tal é o desespero, que se avança pela necessidade de pedir o apoio dos “gays”. E estes parecem que andam, fundamentalmente, por aquele partido da esquerda do caviar. Como o “camarada” Alegre fez a aproximação a esta esquerda, e este partido vem recebendo muitas intenções de voto de muitos dos descontentes da direita, incluindo o partido socialista, lá vão os “machos”, do partido socialista, de ter de “engolir” esta.
Ainda vamos ver o Sócrates, depois das eleições, a agradecer ao “lobby gay” os seus votos.
E o comício da vitória vai ser no Parque Eduardo VII!
Ainda bem que este parque não tem o nome de nenhum rei português! Como é que não ficariam os monárquicos de Portugal!
Tal é o desespero que vamos ver os socialistas, durante esta campanha, de rabo para o ar, fazendo a devida vénia, a pedir votos pelos diversos locais frequentados pelos “apaixonados” das cores do arco-íris. Bom, a verdade é que o partido socialista, já lá vão uns anos, que passou a cor-de-rosa, abandonando o vermelho tauromáquico que o caracterizava e substituiu a mãozinha, pela “rosa”.
Tudo isto é falsa questão, para conseguir arranjar os 6 ou 7 por cento, que lhe faltam para a maioria, e que são os possíveis votos dos “gays”.
Ainda no ano de 2007, realizaram-se, em Espanha, 237.000 casamentos de heterossexuais e unicamente 1.327 casamentos homossexuais! É de facto, de uma importância “nacional”, em face de um desemprego galopante, criar mais uma distracção, tão fracturante, quanto esta! Mas que é importante, também, para distrair o eleitorado das questões fundamentais que importam aos portugueses! É uma fantochada.
E em 2013, vamos ver a revisão da lei das quotas, na participação das mulheres nas listas eleitorais, acrescentando a necessidade de incluir uma quota para os homossexuais, impedindo a discriminação!
Vou fugir para a ilha!
Mas, enquanto não puder fugir, alerto, desde já, aqui os meus leitores, para se prepararem para defender os interesses dos heterossexuais, se não quiserem ser “violados” nos vossos direitos.
Já não bastava o “lobby gay” nas televisões e vamos de modo formal, ter que aguentar com o “lobby político gay”.
Nos dias de hoje, cada vez mais, temos as pessoas a afastarem-se da instituição casamento, pelas dificuldades que o mesmo coloca. A nova estruturação da vida social e económica tem sido a responsável para que quarenta e oito por cento dos casamentos resultem em divórcio e mesmo assim, temos uma minoria a procurar materializar no casamento, o “amor” gay!
Mas, ainda bem, que Sócrates se assumiu! Assim já sabemos que vamos ter uma campanha eleitoral da cor do “arco -íris”.
"Malum panem tibi tenerum et siligineum fames reddet." [Sêneca, Epistulae Morales 123.2, adaptado] A fome fará que o teu mau pão fique macio e do melhor trigo. ■Quem tem fome cardos come.

domingo, 18 de janeiro de 2009

MERCADO DOS VOTOS

Grandes alterações se verificaram em Portugal, desde o 25 de Abril de 1974, e uma delas foi a transferência da responsabilidade de governar o país para os partidos.
De norte a sul de Portugal foram abertas secções, concelhias e outras formas de representar os partidos, no território nacional.

Logo, emergiram animados, pela novidade política e pela possibilidade de intervirem na mesma, mulheres e homens que se entregaram a essa mesma luta, de procurar para os seus partidos a vitória e a maior representação nos diversos órgãos do poder.
Já lá vão três décadas e muitos deles, infelizmente, já não se encontram entre nós.
Muito deram, aos partidos, anos das suas vidas, na esperança de que estavam a contribuir para um país novo e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, em geral. A contribuir para a Democracia!

Entretanto, novas gerações foram crescendo, debaixo da alçada dos partidos, vendo nestes, a sua oportunidade de um lugar ao sol.
Foram ficando alguns, resistentes, que hoje são respeitáveis sexagenários, mas que ainda movem as suas influências. Têm aquilo a que se chama de “votos”.
E pensava eu, na minha ingenuidade, que os votos eram pertença de cada um e que não se emprestavam, nem vendiam. Ingenuidade!

Tudo tem um preço na vida, até a morte!

E hoje, pululam os jovens, na esperança de serem candidatos a qualquer coisa, entre os sexagenários que já perderam a esperança de serem candidatos a qualquer coisa ou entre os que têm sido candidatos, e que vêm o fim a aproximar-se e não querem deixar de ser qualquer coisa, como se o poder não fosse efémero.
Infelizmente, assistimos por esse país fora, a uma série de pequenos (as) caciques, que sempre que tiveram a oportunidade de fazer obra, não a fizeram, porque perdem o seu tempo a controlar os “votos”, de telemóvel em punho.

São os Antónios, as Marias, as Helenas, as Josefinas e os Ismaeis desses partidos, neste país por aí fora.
Num grupo de correligionários, diz um para o outro: eu tenho 3.200 votos! Já transmiti este poder que tenho, aquém de direito, isto é, ao candidato, cabeça de lista. Coitados daqueles que só têm 250 votos e que na maioria das vezes são os mesmos votos para uma fileira de possíveis interessados em mostrar a sua mais-valia, junto dos outros correligionários.

A verdade é que os jovens, que se pretendem lançar na aventura da política, ficam de tal modo presos a estas ilusões, que vão hesitando, hesitando, até que um dia perdem a oportunidade. Não podem ficar à espera que o tempo resolva as coisas, porque o “património votos”, logo será apropriado por um qualquer legatário.
Tem que se ir à luta e quem tem medo, de ir à luta, não tem perfil para ser candidato a coisa nenhuma!
"Prospera sors volucri praecipienda manu." [Pereira 108] A sorte favorável deve ser apanhada com mão rápida

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

OS SALTEADORES DA ARCA PERDIDA

Luís Filipe Menezes classifica a nomeação de Pedro Santana Lopes como candidato por Lisboa às próximas eleições autárquicas como uma «descarada falta de verticalidade» da direcção do PSD.
Vai daí, o Pacheco Pereira diz que vai mudar de Concelho para não votar no Santana Lopes.
Mas, esta história, do diz que disse, do diz que fez, não fica por aqui…Menezes recorda ainda que foi Ferreira Leite quem, na qualidade de presidente do Conselho Nacional, afastou Santana Lopes da corrida eleitoral de Outubro de 2005; que foram «elementos proeminentes da sua equipa» quem mais contestou a decisão de lhe conceder a liderança do Grupo Parlamentar.
E depois, ainda se fala daquela coisa da transparência e do rigor do Marques Mendes, que esse sim convictamente coerente afastou liminarmente Santana da presidência da Câmara de Lisboa». Lembram-se? Foi aquele que começou a partir, o partido! Dividiu o PSD de Oeiras, perdeu Gondomar, perdeu Lisboa e por aí fora!
Isto, de facto, parece o filme dos salteadores da arca perdida!
O Santana tem sido “tramado”, a “torto e a direito”. Engoliu a rasteira de ser primeiro-ministro. O PS e o Ex - Presidente da República, Jorge Sampaio, passaram-lhe uma rasteira e, como se o Santana ainda estivesse à beira do precipício e não caísse, os “companheiros” da oposição, dentro do PSD, na altura, deram mais um empurrãozinho.
E, agora, quando se vislumbra que a “arca está perdida”, pelo menos durante mais quatro anos, toca de desancar a “torto e a direito”, nos candidatos e em quem se encontra na liderança.
Pouco importa, se é a Manuela, o Santana, o Rio (o eterno 2.º, na lista dos notáveis), o Menezes ou qualquer outro.
É verdade, o Pacheco não quererá ser candidato a líder do partido? Já agora, para acabar de partir o PSD de vez.
Como a “arca”está perdida”, toca de continuar esta luta de surdos, que não leva a nada.
Descansem, mesmo que não seja pelo mérito do PSD, a alternância é uma realidade, pelo desmérito do PS. Vocês não se conseguem aguentar, mais quatro aninhos, sem encontrar a “arca perdida”, não é? Compreendo! Pensam que são capazes de ser melhores zeladores da “arca perdida” do que o PS?
Mas como é que isso é possível, se não se entendem, uns com os outros? Eu por mim, se visse tanta desordem e falta de autoridade, não confiava a minha vida a um “grupo” tão obstinado, como vocês.
Vejam lá, se conseguem entender-se e arranjar, definitivamente, um líder que consiga orientar a luta pela “arca perdida”.
É que, até lá, temos a esquerda do “caviar”, a subir nas tendências de voto, só para atrapalhar, sabendo toda a gente que nunca serão governo.
Continuando assim, quando chegarem ao destino, a “arca está vazia”, e o país entrou em falência e, ao PSD, resta nomear os administradores da massa falida!
«Fratrum contentiones, et irae sunt acerbissime; et qui nimium amant, se nimium oderunt. » [Aristóteles / Bernardes, Nova Floresta 4.345] As contendas e ódios mais cruéis são os dos irmãos, porque os que muito se amam muito se aborrecem.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

É JANEIRO E, ESTÁ UM FRIO DE RACHAR!

A esta hora, terá razões, o nosso PM, para andar a cantar:
“ É o mês de Janeiro, está um frio de rachar, parece que o mundo se uniu para me ajudar!”
Para o ajudar, a tapar as trapalhadas que andou a fazer. Agora é fácil de explicar, que Portugal estava bem, mas a crise é que veio tramar tudo.
- “Mas com a minha determinação, tudo vamos ultrapassar, trá, lará,lará…”
“Vejam, aqui, no Magalhães, as projecções que fiz”. Sim, porque o Magalhães, não é só para, os meus Assessores andarem a brincar”.
Estamos a começar a assistir ao fecho de empresas, umas atrás das outras.
Os portugueses, a engrossar o desemprego e nada em concreto é feito para minimizar este impacto.
Daqui a pouco, ainda vamos assistir, à hora do jantar, o pai dizer para os filhos:"devido à nossa situação económica, teremos de mandar embora um de vós".
Por outro lado, temos as ajudas à banca, e o caso, particular, de alguma empresa e nada mais. É completamente desconhecida qual a estratégia e se há estratégia.
Não se lembram de uma reforma que o Sócrates fez aos que se irão reformar? Tramou-os e bem tramados. É que já em 2009, os que se pretenderem reformar com 65 anos de idade, têm de trabalhar mais dois a quatro meses, para não serem penalizados em 1,32%.
Ó pessoal, isto é que é importante. Quando chegar a vossa vez, com 1,32% por ano, nem aos 80 anos, vocês se safam!
Estando um frio de rachar, não nos “unimos”, não à lareira, mas em torno destas políticas eleitoralistas, entre a necessidade de conquistar eleitorado ao centro e o de ter um pé na esquerda, do partido socialista, com a ajuda do Alegre. É pá, isto é mesmo, pobrete, mas alegrete!
Porque, com música e fardamentos novos, a malta vota no Sócrates!
Mas, como a “união” não é o jeito dos laranjas, temos algumas cochonilhas internas, que vão minando as laranjas.
Até porque quando se diz bem, não gera polémica, logo não vende!
Digam mal! Passem a vida a dizer mal. Ainda me lembro, no tempo da outra senhora, também era assim…poucos faziam alguma coisa, os restantes passavam o tempo, em surdina, a dizer mal.
E os que tiveram coragem, justiça seja feita, sofreram as consequências!
Onde é que está o plano de apoio às empresas exportadoras? Que é feito para incentivar as poupanças? Que projectos de obras públicas é que vão na realidade ser feitas? Vamos continuar a aumentar o endividamento externo?
Vamos embora laranjas! Toca a arregaçar as mangas e ir para o “pomar” sulfatar!
Vamos pôr de lado as laranjas contaminadas e, salvar o pomar! Pôr a máquina de “sulfatar” no dorso e dar cabo da “praga”, que está no governo. Não percam tempo, a ver o Pacheco, na quadratura. Chega de televisão e de andar a falar em surdina!
Ponham mãos à obra! E depois, de cansados, então, vão até ao vosso sofá, e vejam os gatos fedorentos e descontraiam.
Ah, já agora, esqueçam essas coisas das moções e etc.
"Monere, non punire, stultitiam decet." [Publílio Siro] Aos tolos, convém adverti-los, não puni-los.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

ARRE PACHECO, QUE É DEMAIS

Que tenhas começado a contestar, nas hostes do PCP-ML, quando do anterior regime, vai que não vá. Mas, agora que o teu clube precisava que estivesses mais caladinho, tu, pimba, toca de desancar, a torto e a direito.
Na há dúvida que tens coerência, quando falas sobre o Santana, pois, já em 2004, quando foste nomeado embaixador na Unesco, depois de um mês da sua divulgação, quando soubeste que o Santana iria substituir o Barroso, como primeiro-ministro, apresentaste a demissão, por não quereres ficar na dependência funcional de um governo que pretendias criticar.
Eu compreendo, Pacheco! Mas, até este percurso, também me lembro que foste um militante laranja e doce. Quando começaste por ser deputado do PSD, durante três legislaturas e quando foste eleito, pelo círculo do Porto, só não aceitaste, porque estavas como deputado, ao Parlamento Europeu. Portanto, sou levado a crer que nem sempre foste uma laranja azeda… arre Pacheco, que é demais.
Agora, depois de assegurados os proventos de uma reforma, que sempre dão uma garantia de independência e porque, todos nós, gostamos de ouvir dizer mal e é com isso que ganhas a vida, passas a vida, a mostrar o teu azedume.
Não tens nada a ver com as laranjas de Setúbal ou do ALLgarve. Não é assim que se diz?
Se leres o meu blogue, não te ponhas a criticar, ouviste? Eu estou a dizer isto, porque tu, com a tua dilecta prosa intelectual, que ninguém te tira, tens dito mal dos blogues em Portugal. Que são da mais absoluta pobreza intelectual, trá, lará, lará
Arre Pacheco, que é demais! Eu até percebo, que era tudo mais fácil quando só os Pachecos, os da Câmara, os Vasconcellos, dominavam cá o burgo…mas tu, até não vieste do PCP-ML? Não eras a favor da classe operária? Dum país sem classes?
Não te fica bem, ó Pacheco! Acaba lá com isso! Não consegues aguentar-te na televisão, sem teres que dizer mal ou já nasceste assim? De mal com a vida!
Todos nós temos o direito à liberdade de expressão. Não pode haver nem lápis, nem microfones, nem câmaras de televisão, azuis. Por isso, e porque respeito a democracia, sou dos que nunca votaria contra ti, para te impedir de criticares o que te apetecer. Mas, porque é que não criticas o que na realidade está mal? O teu partido! Aquele que te serviu e que tem servido, tantos intelectuais, como tu? Dá-me a sensação que os partidos vivem sobre um chapéu de notáveis e intelectuais, como tu, e vão andando à espera do tal lugarzinho, seja como deputado, seja no Parlamento Europeu. Não é Pacheco? Não estás de acordo? Se não repara, todos aqueles que são os beneficiários da política, nunca aparecem a militar nos partidos. Não precisam! Dizem mal, comentam, mostram-se como potenciais de qualquer coisa e nunca aparecem. Enfim, é esta orgia política, onde tu próprio já viveste!
Sabes tão bem como eu, que os partidos na sua actual forma de exercer e praticar a democracia, se esgotaram, e que o problema, não é as pessoas. É o sistema!
Arre Pacheco, que é demais!

Malitia, ut peior veniat, se simulat bonam.” [Publílio Siro] A maldade, para se tornar pior, se mascara de bondade.




quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sabedoria popular...com Sócrates e tudo!

Os portugueses são, neste aspecto, ímpares. E por esse facto, não posso deixar de colocar, no “blogue”, estes divertidos provérbios populares, actualizados…

Nova sabedoria popular. Quem te avisa, amigo/a é...


* Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a cantar, sevires Sócrates, põe-te a chorar;

* Quem vai ao mar avia-se em terra; quem vota Sócrates, mais cedo se enterra;

* Sócrates a rir em Janeiro, é sinal de pouco dinheiro;

*Quem anda à chuva molha-se; quem vota em Sócrates lixa-se;

* Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão; parvo que vota em Sócrates, tem cem anos de aflição;

* Gaivotas em terra, temporal no mar; Sócrates em Belém, o povinho a penar;

*Há mar e mar, há ir e voltar; vota Sócrates quem se quer afogar;

* Março, marçagão, manhã de Inverno tarde de Verão; Sócrates, Soarão,manhã de Inverno tarde de inferno;

*Burro carregando livros é um doutor; burro, carregando Sócrates é mesmo burro;

* Peixe não puxa carroça; voto em Sócrates, asneira grossa;

*Amigo disfarçado, inimigo dobrado; Sócrates empossado, povinho atropelado;

*A ocasião faz o ladrão, e de Sócrates um aldrabão;

*Antes só, que mal acompanhado, ou com Sócrates ao lado;

*A fome é o melhor cozinheiro, Sócrates o melhor coveiro;

*Olhos que não vêm, coração que não sente, mas aturar o Sócrates,não se faz à gente;

*Boda molhada, boda abençoada; Sócrates eleito, pesadelo perfeito;

*Casa roubada tranca na porta; Sócrates eleito, ervas na horta;

*Com Sócrates e bolos se enganam os tolos;

* Não há regra sem excepção, nem Sócrates sem confusão!



"Perfer et obdura simulareque gaudia cura." [Walther 21335a / Tosi 1665] Aguenta e resiste, e trata de fingir alegria.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

OS PORTUGUESES VÃO VIVER MELHOR EM 2009

Esta foi a afirmação, a determinada altura, dada pelo PM e repetida na última entrevista à SIC.
O petróleo baixou de preço, o Governo criou condições para que baixassem as taxas de juro, trá lará, lá lá…
Vou confessar-vos um segredo, mas não digam a ninguém: o Governo está a negociar com o BCE para baixar novamente as taxas de referência! Caluda! Nada de abrir o pio!
Os portugueses vão viver melhor, com a excepção de 525 mil que estão ou irão para o desemprego.
Depois do “contador -mor” ter anunciado que o país estava em recessão, o ministro das finanças, Teixeira dos Santos, veio dizer que pelo menos 90 mil pessoas podem cair no desemprego em 2009.
Como sempre, estes serão os números oficiais, porque estão sempre excluídos, os que já não beneficiam do subsídio de desemprego, mais os 400 mil portugueses a trabalhar com recibo “verde”, e os que desistiram de estar inscritos no IEFP.
O Governador do Banco de Portugal, o “contador -mor”, sobre as previsões económicas disse: “são as mais negativas até agora publicadas sobre a economia portuguesa”.
O PM já nos habituou a que seja o “contador- mor” a dar as notícias. Até parece que é “empregado” do Governo. Foi o mesmo, a quem foi encomendada a notícia sobre o défice, em 2005, de 6 vírgula não sei quantos!
Mas, não se fica por aqui e, em 2010, haverá mais desemprego.
Ou seja, lá para 2010, teremos entre 11 a 12 por cento dos portugueses no desemprego.
A dificuldade está em entender como é que os portugueses vão viver melhor, no desemprego!

« Multum interest inter otium et conditivum. » [Sêneca, Epistulae Morales 82.3] Há grande diferença entre o sossego e o túmulo.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

É DIA DE REIS

Hoje, dia 6 de Janeiro, é dia de reis!
Só que os reis não vieram assinalar o nascimento do menino, mas que a economia portuguesa iria entrar em recessão.
Tal como nos disse Sócrates, na SIC, a Rússia, a Alemanha, a Espanha já se encontravam em recessão, mas ele conseguiu aguentar até à última.
Aguentar, até à última, faz mal à bexiga!
E a confirmá-lo, veio o “contador -mor” do reino dar a notícia.
Recessão: Constâncio prevê contracção de 0,8% em 2009.
É claro que o Governo já tinha previsto, para 2009, um crescimento de 0,6% do PIB.
Estão recordados? Estava-se em plena discussão do orçamento de Estado e a oposição, em uníssono, dizia que era irreal. Dizia o Sócrates que não, porque eu aguento esta coisa e nós estamos em melhores condições que os outros, tra lá lá… Olha, nós estamos melhor que os outros?
Este homem é um autêntico “vendedor” de computadores e de banha da cobra.
Não sabem o que é banha da cobra? É uma pomada que é boa para os calos. Aplica-se no dedo, desaparece o dedo e fica o calo!
Estas são as artes de quem nos governa!
É que o Fundo Monetário Internacional e a Comissão coincidiam, ao estimar um crescimento de apenas 0,1% para Portugal. E o mais pessimista é a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) que calcula uma retracção de 0,2%.
Já tinha dito que estas projecções dos nossos queridos economistas era uma arte de “tarô”, e embora o “destino” esteja nas cartas, este depende de quem as interpreta.
Dizia, ainda, o Sócrates, que na altura em que foi feito o orçamento de Estado estes pressupostos não se colocavam. Bom, o “contador -mor” considera que a economia portuguesa entrou em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de contracção do Produto Interno Bruto (PIB), na segunda metade de 2008.
Afinal quando é que começa a segunda metade de 2008? É em 2009?
E, ainda, disse que depois da contracção de 0,1% no terceiro trimestre, a economia portuguesa deverá ter registado um comportamento negativo nos últimos três meses do ano.
Comprem, comprem, meus senhores e minhas senhoras, as meias da “maratona”, que vão da ponta da cabeça, aos pés, e depois não se queixem!
"Magistratus vilem virum arguit. "[Rezende 3255] O poder descobre o homem de pouco valor.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A MÁQUINA ESTÁ “INGOVERNÁVEL”

Nem sempre o excesso de velocidade é o causador de acidentes. Existe uma causa que ninguém quer admitir – não saber conduzir.
Tal como em algumas Universidades, onde o importante é tirar a “licença”, o mesmo acontece nas “escolas” de condução. O importante é tirar a carta e pronto, fica-se encartado.
E por vezes, mesmo assim, com métodos um pouco ortodoxos, seja em Lisboa, seja em Viseu.
Veja-se o que diz, o ex -Presidente da República, Mário Soares, transcrito do Jornal Público – “O ex -Presidente da República Mário Soares teme que Portugal fique “ingovernável” em 2009 devido a eventuais protestos decorrentes de uma elevada taxa de desemprego no país, segundo afirmou à Rádio Renascença, que ouviu os três chefes de Estado que antecederam Cavaco Silva.”
As coisas só se tornam “ingovernáveis” se existe excesso de velocidade ou incompetência para dirigir a máquina.
Não me parece que seja o caso de excesso de velocidade, porque esta viagem já leva dez anos a ser conduzida pelos mesmos timoneiros.
Começou em 1995, depois houve um pequeno interregno de dois novos condutores – os laranjas.
O condutor de 1995,quando verificou que a máquina estava já em derrapagem, entrando no pântano, fugiu para a Comissão dos Refugiados. Não é mau lugar para fugir, embora pareça um paradoxo, fugir para a Comissão dos Refugiados.
Foi a época da economia do consumo. Crédito à farta…até haviam aqueles anúncios do “vai me liga” que eu dou – neste caso de resposta imediata, 5 mil ou dez mil euros. Conforme a necessidade!
Hipotecadas as famílias e o Estado, toca de tentar imprimir uma política de racionamento e de aumento das receitas – aumento do IVA, Pagamento Especial por Conta (aliás Salazar já o tinha feito em 1958 até 1965).
Tínhamos forçosamente a convergência e a necessidade do alinhamento do défice até aos três por cento.
Malandros, nesta altura o Durão Barroso e a actual líder do PSD.
Em face da oferta da concorrência, Durão Barroso mudou de máquina. A máquina actual é mais segura e, em princípio, deve dar para dar mais uma viagem! Não tinha “mãos” para esta máquina nacional, já “ingovernável”.
Ficou o Santana, que acelera muito parado, dá “raters”, mas quando chega a hora de arrancar da grelha da partida, deixa a máquina ir abaixo, pela precipitação e falta de conhecimento dos pontos “sinuosos” do percurso. E pum! Estampou-se!
E então, aparece depois um jovem “Fitipaldi” que promete fundos e mundos! Só que arranca a fazer, exactamente o contrário. E dando cabo da caixa de velocidades e dos travões, de tantas travagens e recuos que fez durante o circuito.
Agora que está a chegar ao final da viagem, faz uma série de “malabarismos”, rodopia a máquina, faz uns peões e dá ares de quem está a dar aquilo que já tirou. E isso é muito feio. Há um velho ditado que diz “quem dá e tira, para o inverno, gira”. E quando começa a girar, torna-se mesmo “ingovernável”. Mário Soares é capaz de ter razão!
Mas a ambição de querer ganhar a “taça” a todo o custo, está a fazer com que a máquina se torne, de qualquer dos modos, “ingovernável”. E quem o diz é um encartado, com muita experiência e que tirou a “carta” nos velhos tempos, em que era preciso estudar para se fazer exame e não havia caixa de velocidades “automática”. Às vezes para meter uma mudança era preciso fazer uma “dupla”, a única maneira das mudanças não arranharem. Aliás, estamos a chegar à conclusão que já não há “encartados” desta categoria.
O que ainda está no activo é Presidente da República. Tenta orientar a corrida, fazendo com que se cumpram as regras e em particular o “Código”, mas está a ter dificuldades. Estão tão preocupados com a nova viagem, que passam a vida a dar “raters” sem que o “árbitro” seja ouvido.
"Magis experiendo, quam discendo cognoscitur." [Pereira 109] ■Mais se sabe por experiência que por aprender