terça-feira, 26 de julho de 2011

A CONSTITUIÇÃO SÓ PRECISA QUE LHE PUXEM O LUSTRE - APERFEIÇOAMENTOS

Para quê, insistir, em manter uma Constituição da República, que ao longo dos anos, tem sido tábua rasa, dos políticos?
Logo, no seu número 5 do art.º 51 (associações e partidos políticos), diz a Constituição:
-“ Os partidos políticos devem reger-se pelos princípios da transparência, da organização e da gestão democráticas e da participação de todos os seus membros”.
Transparência, nos partidos políticos, não sei o que é. Não sei se é o seu modo de operar, no que diz respeito aos sindicatos de voto, em que lideres são colocados perante os seus militantes, para que estes, em plebiscito, confirmem o que já alguém decidiu. Se inclusive, é o caciquismo utilizado para a angariação de votos. Se não são as promessas constantes, para que, determinados grupos étnicos, votem quando há eleições dentro dos partidos. Os tais plebiscitos.
Não sei se são os escândalos, constantes, de financiamento ilegal de que todos são useiros e vezeiros. Basta dar uma leitura atenta, às declarações do Dr. Jorge Sampaio, enquanto deputado, em 1991, na Assembleia da República. Uma perfeita trafulhice, em que os interesses partidários se sobrepõem aos interesses da democracia.
Numa das incumbências prioritárias do Estado, na alínea d) do art.º 81.º, diz a Constituição:
- “ Orientar o desenvolvimento económico e social no sentido de um crescimento equilibrado de todos os sectores e regiões e eliminar progressivamente as diferenças económicas e sociais entre a cidade e o campo”.
Bom, então, esta é de um homem se mandar para o chão a rir. O que foi promovido, ao longo destes anos, foi a igualdade, trazendo os portugueses que viviam no interior, para a zona litoral. Mera demagogia. Claro que estes artigos, entre outros só necessitam de um aperfeiçoamento. Esta norma poderia ser, por exemplo:
“orientar o desenvolvimento económico e social no sentido de um crescimento equilibrado de todos os sectores e regiões “urbanas” e eliminar progressivamente as diferenças económicas e sociais entre os que vivem no centro das cidades e nos subúrbios”.
Tão ridículos são estes normativos, carregados de uma ideologia política, completamente ultrapassada, que, logo a seguir, diz o art.º90 (objectivos dos planos)
- “Os planos de desenvolvimento económico e social têm por objectivo promover o crescimento económico, o desenvolvimento harmonioso e integrado de sectores e regiões, a justa repartição individual e regional do produto nacional, educativa e cultural, a defesa do mundo rural, a preservação do equilíbrio ecológico, a defesa do ambiente e a qualidade de vida do povo português”.
A defesa do mundo rural? Quem conheceu este país e quem o vê, sabe, perfeitamente, que para beneficiarmos das dávidas da União Europeia, cedemos em trocar, a agricultura pelas auto-estradas. Destruímos o nosso sector primário. Até fruta, Portugal, importa! Não estou a falar de “mangas” e “papaias”. Estou a falar de maçãs, peras…
Lendo estas pequenas partes da Constituição, ficamos com uma ideia, da continuidade de chorrilho de asneiras que se seguem, do art.º 93.º e seguintes, da CRP.
Deixando a agricultura, se dermos uma leitura pelo artigo que nos fala dos círculos eleitorais, temos:
-“ OS Deputados são eleitos por círculos eleitorais geograficamente definidos na lei, a qual pode determinar a existência de círculos plurinominais e uninominais (…)”. Onde é que estão os círculos uninominais? Tem sido letra morta…porque não interessará aos partidos? Porque, colocar-se-á a questão de um qualquer cidadão se auto - candidatar? Ou teria que obrigatoriamente estar adstrito a um partido? Será que a questão se coloca entre as regiões povoadas de Portugal e as regiões desertas? Agora, fez-me lembrar aquela do “Alcochete Jamais”. Quem é que conhece os senhores deputados que ajudou a eleger? Quem conhece, os que vem no final de uma lista partidária e que sobem à Assembleia, depois de todos aqueles que vão para o governo, direcções gerais, administrações dos bancos, Institutos Públicos, etc? Pois, é nesta rapaziada, neste sistema que temos vindo a ser cúmplices, ao alimentar esta, doente, democracia e aceitarmos, de mão beijada, as promessas que os políticos vão debitando nas eleições e antes delas, naquilo que eventualmente, o nosso egoísmo, almeja, para mais tarde, ficarmos surpreendidos, porque nada disso eles podem dar.
Não podem dar mais empregos, não podem dar menos impostos, não podem dar mais saúde, não podem dar melhor qualidade de vida, não podem dar mais e melhor educação, não podem dar melhores reformas, não podem dar, porra nenhuma, porque levaram este país para uma situação de banca rota. Mas, mais grave do que isso, sem planos. Sem uma economia onde Portugal possa crescer.
Indo um pouco mais além, se nos debruçarmos pelas reservas legislativas, absoluta e relativas, da Assembleia da República, verificamos que ao inicio de todos os mandatos, os governos apresentam autorizações legislativas, sobre as matérias de competência relativa da Assembleia, legislando a seu belo prazer. Quando legislam… Quando não chegam ao fim do mandato com uma série de autorizações legislativas que vão depois para o caixote do lixo. Bom, se assim é, porque é que estas competências, não são, de todo, logo dadas aos governos? Penso que deverá ser para justificar a supremacia aparente da Assembleia, no jogo aparente de democracia, cuja maioria apoia sempre o governo, logo, vivemos uma farsa de um sistema político onde o povo é representado pelo governo em vez de ser representado pela Assembleia. E quem é que monitoriza estas situações? Ninguém! A Assembleia da República é um forrobodó completo, onde os senhores deputados vão fazendo pela sua vida e pela do partido.
Deixando aqui esta pequena resenha sobre a Constituição da República, não há dúvida, que chegamos, todos, à conclusão que esta só precisa de um aperfeiçoamento.

“Consilium malum consultori pessimum.” Uma decisão errada é péssima para quem a tomou. ■Quem mal lavra, pouco ceifa.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

DEPOIS DESTA DEMOCRACIA, VAMOS TER UM REGIME FEUDAL





Ainda agora começou, e já estou a ficar cansado, das medidas de folclore que este governo tem vindo a debitar, diariamente.
Começou com a fantochada de dar o exemplo da mudança de bilhetes de avião, para Bruxelas. A última foi o não usar gravata no Ministério da Agricultura, para poupar no ar condicionado.
Mas, antes de tudo isto, foi a poupança em dois ou três ministros, na formação do governo. Mas depois, nomearam-se uma carrada de cavalheiros para vigiar os ministros, como se fossem miúdos na escola, onde o contínuo, perdão, o “técnico auxiliar de acção educativa”, está a controlar as asneiras dos putos.
Só se tem falado de emagrecer o estado. Isto, mais parece um médico nutricionista que diz o que se deve comer, e que faz bem, e o que não se deve comer, porque faz mal.
Até que é dada uma decisão, daquelas que não perdoam…temos de emagrecer? Então,” vamos fechar a boca”. Foi o que aconteceu com o 13.º mês, vulgo subsídio de Natal. Sinceramente, para tomar medidas destas, um tipo não precisa de ninguém especializado em nutrição. Como não tem dinheiro, não come. Está resolvido!
Ainda não percebi, é quando é que são alterados os contratos das parcerias, público -Privadas, em que o estado assumiu todo o risco nos negócios? Essas começaram com a “grande” negociação da “Lusopontes”, no tempo de Cavaco Silva e passaram, todos os governos, até ao momento.
É que a figura da “alteração das circunstâncias” parece que só funciona para o Zé pagode. Quantos milhares de milhões, o estado não emagrecia, revendo rapidamente estes contratos?
É que me chateia, solenemente, andar sem comer, obrigado a emagrecer o estado e continuar a ver as grandes gorduras, alojadas nas barrigas do sistema.
Depois, ainda não satisfeitos com esta brincadeira, ainda se estão a preparar para vender o “lombo” das empresas detidas pelo estado, só para se encaixar dinheiro. Resolve-se o problema de imediato, mas continua o problema para o futuro. Vejam-se, as centenas de empresas vendidas, ao longo destes anos…qual foi o resultado? Mais dinheiro para gastar de forma descontrolada. Mas, agora vai ser diferente, com as poupanças no ar condicionado, nos bilhetes de avião e nas palermices que este governo continua a debitar todos os dias, pela boca fora, que ainda fazem eco, nalguns jornalistas, de independência duvidosa, a “mudança do país” vai permitir que este continue à deriva.
Qualquer dia, de tanto se “privatizar”, para resolver os problemas do país, para se continuar a engrossar as vantagens que a Alemanha e outros fiadores dos empréstimos, têm, ainda voltaremos ao sistema feudal. As estradas e caminhos de Portugal serão privatizados e sempre que alguém quiser, atravessar o território terá de pagar
“portagem”.
Porque vassalagem já nós prestamos! Até agora, as únicas medidas que vi tomar, não foram para emagrecer o estado. Foram para pagar, a sua
“gula”.
Quem vai emagrecer é o povo português e todos os outros “Pigs” da Europa. Para estes só lhes vai restar, no futuro, comer farelo.
Já estou, como disse uma advogado, grego, quando foi entrevistado, num programa de televisão:
-“Tanto se me faz estar no Euro ou fora dele. Não vejo vantagem em estar no Euro.”
Uma vez mais, tiro o chapéu aos ingleses. São europeus, receberam subsídios, porque são europeus, mas mandaram o euro dar uma volta pela Europa.
Nós andámos a trocar a nossa economia produtiva, por dinheiro fácil.
É o que dá não trabalhar! E o resultado está à vista.

“Luat in corpore qui non habet in aere.” [Maloux 401] Pague com o corpo quem não tem em dinheiro.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

AIR COOL


Este governo tem, neste pequeno período de governação, surpreendido os portugueses. Desde as poupanças dos bilhetes de avião de 1.ª classe para 2.ª classe, à última medida, tomada no Ministério da Agricultura, de dispensar os funcionários de irem trabalhar de gravata, no período do verão, para poupar energia no ar condicionado. É uma medida muito original…aliás, não percebo, é porque os funcionários do Ministério da Agricultura, têm necessidade de gravata, para andarem pelos campos. Ou não andam? Se andam, a próxima medida deste ministério, para poupar o consumo de gasolina e gasóleo, vai ser equipar a frota automóvel com carros descapotáveis, de modo a reduzir o consumo de combustível, deixando os carros de ter o ar condicionado a funcionar.
O problema maior, vai ser para as senhoras engenheiras e doutoras, que vão querer um subsídio para o cabeleireiro, pois não podem chegar aos agricultores, todas despenteadas. Até lá, e porque estamos no verão e é necessário fazer dieta, a alimentação dos funcionários do Ministério da Agricultura, será na base de hortaliças e saladas, pois o metabolismo basal será menor, reduzindo, deste modo, a produção de calor. E a Ministra tem experiência nesta área, pois, já fez várias dietas de saladas, portanto, bastante conhecedora deste sector.
E quando acabar o verão? Já estou a ver a solução do Ministério…todos os trabalhadores terão de ir trabalhar de casaco comprido ou de sobretudo. Na eventualidade de o frio apertar muito, serão, também, obrigados a trabalhar de luvas de pele de carneiro, forradas a lã, de modo que as mãos não gelem, quando os mesmos estiverem nos seus gabinetes, a teclar no facebook ou noutra rede social.
Já os engenheiros silvicultores serão obrigados a recolher a caruma e as pinhas, para queimar nas fogueiras, a fazer nos gabinetes.
Portanto, além da poupança, vamos passar a ter os pinhais e matas limpas. Logo, no ano seguinte, o número de fogos irá diminuir, drasticamente.
Por último, a economia chinesa vai ter um revés, pois vão deixar de se vender tantas gravatas, no Tie Rack.
Com esta política de poupança, nem a Moody`s se vai atrever a duvidar das medidas que este governo está a tomar, para reduzir a despesa pública.

“Fac ne lingua tibi mentem praecurrat.” [Quílon / Rezende 1893] Cuida que tua língua não preceda teu pensamento. ■Falar sem pensar é atirar sem apontar. ■Em boca fechada não entra mosca.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

SOMOS DIFERENTES POR NATUREZA


Não é fácil, elas admitirem estas situações.



Elas detestam a sogra, o sogro, os amigos deles, mas impingem-nos os delas. Acham que nunca arrumamos a casa e mal pegamos na vassoura, mandam-nos embora porque acham que nós não sabemos fazer as coisas.
Se perguntamos onde querem ir jantar ou passear, ficam chateadas porque gostariam de ser surpreendidas. Mas, se tomamos a iniciativa de as surpreender, é fundamental que acertemos na escolha, porque, caso contrário vamos ser acusados de só pensarmos em nós ou de termos algum “propósito” escondido pelo facto de termos escolhido aquele lugar. Poderia enumerar uma lista de múltiplas razões, para que elas justifiquem que nós somos difíceis. Só que elas não conseguem ver o quanto são chatinhas, não se dando conta do que nos massacram. Nós e elas somos diferentes por natureza.
Nas situações difíceis temos capacidade de racionalizar mais rapidamente do que elas, logo tomamos decisões de modo menos emotivo. Elas, pelo contrário, choram primeiro e racionalizam, depois. Talvez por esta razão é vulgo dizer-se que elas são o sexo fraco e que nós, homens, somos insensíveis. Mas nem se trata de fraqueza, nem tão pouco de insensibilidade. (porque os homens também choram ou não?). São, sim, maneiras diferentes de processar a informação.
Homens e mulheres são diferentes na sua natureza. Elas preferem resolver os seus problemas a falar, enquanto nós, preferimos o isolamento, para pensar e resolver as nossas crises existenciais, sozinhos.
Normalmente, nestas alturas, sucedem-se as rupturas. Elas querem falar e nós só queremos estar sós, nem que sejam umas horas. Elas pensam que nos isolamos, porque já não gostamos delas. Por outro lado, nós pensamos que elas não nos compreendem e que só pensam nelas, quando no fundo, ambos, queremos a mesma coisa…resolver os problemas que nos apoquentam. Que nos deixem pensar, arejar a cabeça, porque, normalmente, quando voltamos até falamos com elas e até lhes pedimos conselhos.
Entretanto, elas, podem aproveitar para falar com a mana, com a mamã, com uma amiga do peito…em suma,deixem-nos ser homens e aprendam a ser mulheres.

"Mulierem ornat silentium." [Sófocles / Erasmo, Adagia 4.1.97] O silêncio é o ornamento da mulher.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

TUDO É LOUCURA…

A vida vai-nos surpreendendo, a cada dia que passa.

São várias as emoções que vamos tendo, ao longo da vida. Saboreamos a felicidade, quando temos oportunidade de sabermos que estamos perante a mesma. Mas, tantas e tantas vezes, estamos felizes e não valorizamos esses momentos, porque de modo egoísta, pensamos que é um direito próprio e, portanto, uma fonte inesgotável, a felicidade. Mas, ao longo da vida, as preocupações também são uma realidade, que julgamos não merecer, até porque pensamos, indevidamente, que nada contribuímos para as mesmas. De facto, não é assim. A nossa conduta, na maioria das situações, leva-nos a saborear a parte amarga da vida, das contrariedades com que nos defrontamos, porque não somos racionalmente analistas e, a maioria das vezes, somos lentos nas decisões, que de um modo mais determinado, deveríamos tomar, atempadamente.
Já bastam, na vida de cada um de nós, as vicissitudes que a mesma tem, na sua génese. A dor física, a angústia, o sofrimento dentro da família, a dor dos amigos que partem, antes de nós, a dor que sofrem os amigos, a maioria delas, sem que possamos remediar as situações, por, as mesmas, estarem fora do nosso alcance.
Mas, do mesmo modo que gostamos de apreciar o afecto que nos podem dedicar, não só quando estamos enfraquecidos, mas sempre que estamos receptivos, é bom não esquecer os outros que estão na nossa vida. Não devemos ser egoístas. Muito menos, egocêntricos!
De tal modo egocêntricos que somos capazes de adaptar o nosso modo de vida, procurando o nosso bem, no mal dos outros. Há sempre um dia, que quem pensa assim, fica surpreendido… porque, há sempre um dia, em que, quem é alvo das atitudes egocêntricas, diz não.
E quem é egocêntrico, não pode justificar as suas atitudes perante a vida e os outros, invocando argumentos de doença. Porque, se assim fosse, em função das nossas atitudes, ao longo da vida, todos nós ou éramos doentes ou tínhamos períodos repetidos de crises.
Encontrávamos, sempre, uma razão de doença, para justificar os nossos actos, classificando-nos como inimputáveis, perante as maiores atitudes irracionais ou racionais, mas carregadas de indiferença, de ódio, de egocentrismo, perante o nosso semelhante.
Quem tem estas atitudes, começa por não se sentir bem, dentro do próprio fato com que veio, vestido, ao mundo.
Quem passa a vida, a viver à custa dos outros, seja sentimentalmente, seja materialmente, há um dia que acaba por se auto destruir.
Não acredito que estejamos a viver um período, na evolução da sociedade, em que todos sejamos doentes, logo inimputáveis, para termos atitudes egocêntricas, egoístas, de indiferença, de ódio, com que pautamos a nossa vida, pela exploração dos sentimentos, dos que estão à nossa volta.
Porque se assim for, então, cada um de nós, terá de se afastar deste tipo de pessoas, porque não nos dão nada em troca. Afinal, acabamos por ser, nós próprios, a contribuir para a nossa infelicidade.
Ninguém se deve culpabilizar pelas atitudes dos outros, mas é fundamental, racionalizar e, atempadamente, decidir, para que possamos ter momentos de felicidade. E ela não é inesgotável. Aproveitem-na!


“Multa eveniunt homini quae vult quae nevult”. [Plauto, Trinummus 323] Ao homem acontecem muitas coisas que ele quer e que ele não quer.

sábado, 2 de julho de 2011

SUPLICIO DE TÂNTALO

Não sei quem é que acreditou que a política, a que estamos habituados, iria mudar. Não faltam os que, na oposição ou em campanha, falem da necessidade de uma política da verdade. Da necessidade de uma política de transparência.
Afinal, todos nós temos a consciência que tudo isto são verdades da treta e que não passam disso mesmo. Fazem-se programas de governo com toda uma série de medidas programáticas que não são mais do que isso. Em simultâneo vão-se lançando umas dicas para a comunicação social que não passam do mais saloio populismo.
A primeira começou com a redução do número de ministros. Conversa para tolos, como se fossem dois ou três ordenados que levassem o país à falência ou gerassem alguma poupança.
Não contentes, com esta saloiice, vem a história de mudar bilhetes de avião de 1.ªclasse para 2.ª classe, quando estes nem são pagos e as viagens dos ministeriáveis são suportadas pela TAP.
No dia 1 de Abril, dia das mentiras, veio o Pedro dizer que não havia cortes nos subsídios. Agora, não querendo falar do passado, porque esse foi avaliado nas eleições, vem a grande medida do corte de 50% do subsídio de natal, porque a derrapagem na execução orçamental, do primeiro trimestre, foi notória. Foi no dia 1 de Abril, por mero acaso, porque era mentira, mesmo que não fosse o primeiro de Abril.
Tomo a liberdade de recordar que para muitos responsáveis de empresas públicas, deputados, etc., já em Junho de 2010, tinha havido um corte de 5%, para beneficiar os orçamentos. Pergunto eu, quais orçamentos? Mesmo aquelas que apresentam resultados operacionais positivos? Essa foi mais uma medida popular, esta socialista, que não deu resultado nenhum visível, porque não haverá, de certeza, hoje, ninguém que a saiba quantificar.
Mas, não se ficou por aqui. Em Janeiro de 2011, entrou em funcionamento, mais um corte salarial, até 10%, para vencimentos da administração pública directa, indirecta do Estado e empresas públicas, de vencimentos superiores a 1.500 euros/mensais. Sobre estas últimas, pergunto eu, se existe, também, alguma avaliação dos seus efeitos práticos? Existe? Todos estes cortes, nos salários, não ficam dentro das empresas? Claro que ficam. Uma vez mais, foi o populismo a funcionar. Poderia ter alguma lógica, se estes cortes salariais fossem prevenir transferências do orçamento de Estado, para as empresas…e há transferências do orçamento de Estado para as empresas que apresentam resultados operacionais positivos? Claro que não. Foi mais uma lei cega e populista!
Finalmente, vem uma medida que vai entrar em funcionamento e que vai afundar mais os bolsos, de quem, já era alvo das medidas anteriores, com um corte de 50% no subsídio de Natal. O tal que não seria mexido, no passado dia 1 de Abril.
Tudo o que se tem vindo a passar, já eu tinha escrito no meu espaço de revolta e reflexão, o meu blogue…A Torto e a Direito.
Tenho pena de não saber trabalhar com o Tarot…não me faltaria clientes. Mas, não é por causa do Tarot que os prognósticos bateram certo…basta não se ser estúpido.
Quem é que acredita em toda a conversa de treta do programa do XIX governo constitucional sobre o desenvolvimento da economia e a criação de emprego? Não me parece que algum português acredite nisso.
Vamos ter nos próximos quatro anos, mais desemprego, mais recessão. O desemprego, em face deste panorama, vai chegar bem perto de um milhão. Sim um milhão. Estamos a falar de 20% da população activa. Nessa altura não deixará de haver iluminados que venham dizer que mesmo assim é mais baixo que Espanha. Tenham dó…
Estamos numa fase do capitalismo “tântalo”. Para quem não conhece a história, Tântalo foi um dos poucos mortais convidados a participar nos banquetes dos deuses. Aborrecidos com este por toda uma série de indiscrições e por ter servido o filho como aperitivo antes do jantar, os deuses do Olimpo castigaram-no através do mais terrível dos suplícios: permanecer eternamente com água pelo pescoço, sendo que de cada vez que tentasse beber, a água recuava. Sempre que tivesse fome, os ramos carregados de fruta, afastar-se-iam. O suplício de Tântalo não era o de passar fome ou sede, mas sim o de sentir desejo de comer e beber e não poder fazê-lo.
Esta crise veio revelar um dos mecanismos que, ainda que não estivesse completamente oculto, permanecia de algum modo encoberto: a necessidade de exercer um acto de consumo involuntário. Este foi o consumismo irresponsável pelo qual atravessámos desde 1995 e que teve o seu apogeu no governo de Guterres. Só que hoje, perante esta calamidade, pode ser um acto de solidariedade, consumir. De nada servirá, mas pelo menos as águas poder-se-ão mover. Só que nem isso vamos poder fazer, porque o programa de solidariedade do governo actual é só para quem tem rendimentos de trabalho inferiores a 485 euros. Como para estes o dinheiro não chega para consumir, os que ganham mais do que isso, com os cortes salariais, mais o aumento dos impostos, da água, da electricidade, da restauração com o IVA a 23% (se este ficar por aqui, o que não me parece), IMI/IMT, etc., não irá haver consumo e a celebre frase de José Montilla, presidente do Governo da Catalunha, “Aqueles que trabalham devem consumir no imediato para que o vizinho ou o filho possam conservar o seu trabalho”, não vai ser possível. A economia deste país é um suplício de Tântalo!
Nos próximos 4 anos, o povo português, não vai ter mais nada, senão o aumento dos impostos sobre os rendimentos de trabalho e do consumo, a recessão vai-se instalar, com a consequência de termos, bem perto de um milhão de portugueses desempregados, com a miséria a bater à porta da esmagadora maioria dos portugueses.
Nem estes tipos, que estão agora no governo, são capazes de dizer esta verdade. Todas as medidas programáticas só, daqui a 4 ou 5 anos, começam a fazer efeito. Até lá, estão comprometidas todas as gerações de portugueses, sem discriminação etária, porque todos vão amargar a incompetência de todos os governos que tem governado Portugal desde 1974.
E este não vai ser excepção, pelo produto exposto na montra. Dá para imaginar o que está dentro do armazém. Desde a primeira Assembleia da República que não se constatava um nível tão medíocre nos deputados do PSD. Se os líderes são estes, imagine-se os deputados de segunda e terceira linha.
De tudo o que aqui ficou escrito, perguntem ao Álvaro se não é verdade!

“Miserum est aliena vivere quadra.” [Rezende 3545] É triste viver do pão alheio.