quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O SILÊNCIO DO NHECAS



Olá Coelho!

Como já viste bem, tenho estado caladinho que nem um rato e, até agora, estou a conseguir passar despercebido. O problema que se vai levantar, agora, são as discussões sobre as Juntas de Freguesia. Parece que há Concelhos, que reduzindo freguesias, mesmo assim, incrementam a despesa. Eh pá! Eu até tinha feito as contas com o Gaspar, mas sabes como ele é, vai buscar aqueles modelos da universidade e pimba…põe-se a fazer projecções no Excel e depois dá nisto. Eu não tenho problema nenhum em dizer que a culpa é dele, pois, eu não dei esta matéria, lá na universidade.
Já não bastou a bronca dos sete por cento a roubar dos trabalhadores para dar ao patronato e ainda mais isto? Desculpa lá, Coelho…mas tu não tiveste cuidado nenhum. Embora eu não tenha dado esta matéria, na universidade, é de bom senso pensar que dava asneira. Mas, também não vás nessa de tributar os dividendos e operações bancárias. Olha que a malta dos bancos não ia gostar da brincadeira e depois como era? Nós depois de levarmos o país à falência precisamos de emprego na Banca. Eu digo Banca, porque alguns que estavam na banca saíram para a EDP, mas ficaram lá outros. Vê lá se privatizas a Caixa Geral de Depósitos, sempre era mais um espaço para a malta. Mas esta tem piada…os gajos dos bancos sacam a massa ao pessoal e tu ainda queres privatizar a Caixa? É de mestre. Eu compreendo…quando dão dividendos “eles é que sabem”, quando são prejuízos os portugueses pagam. Está bem visto, sim senhor. Oh Nhecas, não devias estar a escrever isto, porque os teus amigos das secretas já não controlam esta coisa e depois, quem é que vai acreditar no que a gente diz? Achas que ainda temos alguma credibilidade, Nhecas? Não te excedas. Mantêm-te calmo, como dizem lá no teu Ribatejo, mantém-te manso, para ver se eu te consigo aguentar no governo.
Ainda faltam quase três anos de governo. Se não cairmos até ao final do ano, já não caímos. Os portugueses têm um espírito sofredor. Aquelas manifestações são mais um motivo para a rapaziada beber, mais umas cervejas. Não se passa nada.
O quê? O Aníbal pediu à brigada do reumático para ir falar com ele? Vais ver que eles vão manifestar todo o apoio ao nosso saque. Nós só temos é de ter cuidado e não ir aos bolsos dos militares. Olha que foi por causa disso que houve o 25 de Abril.
Coelho, um abraço fraterno, aqui do teu amigo de luta, da nossa Jota, o Nhecas.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

PORTUGAL É UM REGIME FEUDAL



A produção feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de escassa circulação monetária, auto -suficiente. A propriedade feudal pertencia a uma camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja, (o clero) e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos. As estimativas de renda per capita da Europa feudal, colocavam-na num nível muito próximo ao mínimo de subsistência. Pois, não estamos nada longe desta realidade, com a excepção de que a agricultura foi substituída pelos serviços. Agora, o capital continua a pertencer a uma camada privilegiada, em que os senhores feudais são substituídos pelos banqueiros e grandes grupos financeiros. Só que desta vez a renda per capita é muito diferenciada de feudo para feudo. Basta ver as discrepâncias entre a Alemanha e Portugal. Claro, que os restantes feudos da Europa têm de pagar os seus tributos, à Alemanha e à França. À França, sustentando os agricultores franceses, destruindo nos seus próprios países, o sector primário, por contra partida de financiamento para a compra de alcatrão.
Devido ao carácter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia estimulado a aumentar a produção com inovações tecnológicas, uma vez que tudo que produzia de excedente era tomado pelo senhor. Não vejo diferença entre esta situação e a que temos, hoje, em concreto, em Portugal. Não vale a pena trabalhar mais, pois tudo o que se possa trabalhar será confiscado pelos funcionários dos senhores feudais, que, ainda por cima, foram escolhidos por nós, no sistema político do que chamam democracia.
Por isso, o desenvolvimento técnico foi pequeno, limitando aumentos de produtividade. A principal técnica adaptada foi a de rotação trienal de culturas, que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra. No caso de Portugal, já é muito antiga a tradição, do desenrasca, onde está ínsita aquela vontade de fugir daqui – emigração. Nas últimas décadas foi o que os portugueses andaram a fazer. Antes, ainda o faziam de modo próprio, hoje, são compelidos pelo chefe dos funcionários, dos nobres, que os servos elegem, a emigrar.
Para o economista anarco - capitalista Hans Hermann Hoppe, como os feudos eram supostamente propriedade do Estado (neste caso, representado pelos senhores feudais), o feudalismo era, consequentemente, considerado por ele como sendo uma forma de manifestação socialista - o socialismo aristocrático (servismo). Pois, melhor não diria, porque a situação que estamos a viver em Portugal é de um socialismo aristocrático em que os portugueses são os servos. O governo é constituído pelos funcionários da nobreza. São os próprios servos que escolhem os funcionários tributários que lhes confiscam os rendimentos do trabalho.
Na época, os tributos e impostos passavam pela “Corveia”, trabalho compulsório nas terras do senhor em alguns dias da semana. Bom, actualmente, os servos, e em 2011, já trabalharam seis meses para os senhores e torna-se expectável que, em 2013, passe a ser oito meses do ano. Façam bem as contas… mais 7%, impostos aos servos, para um rendimento de trabalho de 1.500 euros brutos, representará, mais um mês e meio de salário líquido
Já quanto à “Talha”, a parte de produção do servo que deveria ser entregue ao nobre, geralmente era um terço da produção. Bom, não me digam que não sabem fazer contas, mas para 2013, a “Talha” que os portugueses terão de entregar aos nobres será superior a dois terços. Estamos a falar de impostos directos. Ficam a faltar todos os outros, os indirectos. É uma grande “talhada”.
Já as “Banalidades” era um tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes, etc. Hoje, já não podemos considerar “Banalidades”, porque, as portagens, nas auto-Estradas, nas pontes, as taxas moderadoras, as taxas de disponibilidade, representam, para muitos portugueses, um encargo importante, mensal.
Outro dos tributos era o imposto pago por cada membro da família (por cabeça), a “Capitação”. Bom, hoje, o IRS é mais extenso do que uma cabeça, pois os encargos que existem numa família, com a educação, a saúde, alimentação, vestuário dos filhos e outras despesas, não é proporcional. É uma cabeça a suportar os impostos, dos restantes elementos da família, que ainda não produzem riqueza para os nobres, mas que o servo vai investindo para, um dia mais tarde, disponibilizar, novos servos para criar riqueza para os nobres. Acrescenta a este dado, ainda, todos os portugueses que não trabalham, porque este, não existe ou porque, há portugueses que, não querem trabalhar, contribuindo, deste modo, para o feudo, aliviando a carga fiscal, actual, pois, também, estes, usufruem de educação, saúde, etc.
Com toda esta carga de responsabilidade, a matéria vai-se a baixo e o espírito, necessitava de “compensação”. Havia e há, o “Tostão de Pedro” ou “dízimo” que representava e representa, 10% da produção do servo para a Igreja. Hoje, não existe só uma Igreja. São várias as Igrejas que cuidam do espírito dos servos e que recebem no seu seio, as ovelhas, antes tresmalhados, para a qual, os servos continuam a dispensar, 10% da sua produção.
Depois de todos estes tributos, se o servo pretendia dirimir qualquer conflito, pagava a “Taxa de Justiça”, para ser julgado no tribunal do nobre. Hoje, o nobre já disponibiliza dois tipos de tribunais- o Tribunal Arbitrário ou o Tribunal do feudo. Mas, em qualquer um deles tem de pagar. O Tribunal Arbitrário é só utilizado para as classes nobres, mais elevadas. O servo tem que se limitar ao Tribunal do feudo, pagando, mesmo assim, uma Taxa de Justiça, que representa um modo de retirar a possibilidade, a muitos servos, de ter justiça. Logo, aqui, pergunto-me, se sem justiça, existe algum Estado de Direito.
Outros tributos existiram, hoje, com roupagem diferente, mas havia um, que não posso deixar de abordar… a “Albergagem”. Ou seja, a obrigação do servo em hospedar o senhor feudal, caso fosse necessário. Nos nossos dias é uma obrigação dos servos, albergar e sustentar todos os funcionários do feudo, além dos nobres. E se o servo não pagar, é posto na rua … despejado! Mesmo que dê os seus bens em cumprimento, ainda fica a dever dinheiro ao nobre.
A única diferença que existia entre o regime feudal do século X e o do século XXI, em Portugal, e na maioria dos países da Europa, é que somos nós, os servos, que garantimos por eleição, os funcionários da nobreza. O resto é precisamente igual. Porque, todo o servo que não cumpra será coagido a fazê-lo sobre sérias ameaças de ser um sem- abrigo.
Mas, o nobre, inteligente que é, incutiu, nos servos, a ideia de que este era livre…como se um servo, alguma vez, tivesse liberdade. É sempre propriedade do nobre.
Não me digam que Portugal é uma República, ainda, por cima, com um regime de democracia representativa.
Portugal tem, hoje, um Regime Feudal. E este governo é um conjunto de funcionários, eleitos pelos portugueses, para nos confiscarem os bens e rendimentos de trabalho, a favor de uma nobreza que já nem a brilhantina, no cabelo, lhe dá boa aparência.

sábado, 8 de setembro de 2012

CARTA ABERTA AO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA



Ex. mo Senhor Presidente da República

De acordo com as suas últimas afirmações, V.Ex.ª, anda preocupado com as medidas gravosas do governo, que resultam na falta de equidade na distribuição dos sacrifícios pedidos aos portugueses.
Perante as medidas anunciadas, ontem, pelo Senhor Primeiro-Ministro, espero que a sua atitude, seja, a de não promulgação da lei de orçamento de Estado. Tomo a liberdade de alertar V.Ex.ª, que em face das medidas anunciadas, haverá uns milhares de portugueses que ficarão na penúria.
Quem são estes? São todos os trabalhadores de empresas públicas a quem o governo, já em 2012, cortou o subsídio de férias e natal e que tendo, contratos individuais de trabalho, descontando para a Segurança Social, segundo as palavras do Senhor Primeiro- ministro, irão ver-se, confiscados, de mais um salário. Ou seja, os privados, propriamente ditos, ver-se-ão confiscados de um salário e todos estes milhares de trabalhadores, que não são funcionários públicos, para a generalidades das regalias, são abrangidos pelo estatuto dos funcionários públicos, no que a cortes de salários diz respeito.
Estamos a falar num corte de três salários! Não tenho receio de dizer, a V.Ex.ª, que esta situação é escandalosa e que é um roubo aos trabalhadores, deste subsector do Estado, vergonhoso, e que só pode ser legitimado, “in fine”, por V.Ex.ª, se promulgar o orçamento de Estado, sem acautelar esta situação.
A equidade continua, ainda um pouco abalada…porque não nos podemos esquecer que uma franja importante de trabalhadores do Estado e deste subsector, ainda são afectados pelos cortes dos salários que chegam, no caso dos dirigentes, a mais quinze por cento.
Ou seja, no limite, há trabalhadores deste subsector do Estado irão ter os seus rendimentos de trabalho, confiscados em mais de 34%.
Em contrapartida, V.Ex.ª, ainda não se pronunciou sobre o escândalo das parcerias público privadas, do escândalo, do povo português estar a pagar as margens escandalosas de juros que já ultrapassam a despesa do sistema nacional de saúde. Porque, nunca foi aventada a hipótese do lançamento, por parte do Estado, de títulos do tesouro em que todos os portugueses tivessem de subscrever, com juros mais baixos, do que o Estado está a pagar, mas que, simultaneamente, remunerassem de modo interessante os portugueses? Seria pouco interessante para o sistema financeiro, compreendo. Mas não posso aceitar e V.Ex.ª deveria, de igual modo, defender os portugueses.
Compreendo que é importante salvaguardar, os interesses de todos aqueles, que hoje se encontram nas administrações das empresas que intervieram nesses negócios das parcerias, bem como os bancos que fazem parte desses mesmos consórcios. A alteração das circunstâncias só é válida para os trabalhadores e pensionistas deste país. Logo, não há equidade.
A sensação que tenho, Senhor Presidente, é que os portugueses estão a ser sacrificados para sustentar, talvez, um milhar de interessados, que não deveriam ter a nacionalidade portuguesa, porque na realidade são apátridas.
Acredito que V.Ex.ª terá a consciência da gravidade desta situação, em particular a que diz respeito a todos os trabalhadores de empresas públicas, que não sendo funcionários do Estado, vêm os seus salários confiscados.
Para que fique bem claro, tomo ainda a liberdade de informar V.Ex.ª que os cortes dos subsídios, a estes trabalhadores, o único efeito que tem, é o de aumentar os lucros das empresas, pois o dinheiro retirado aos trabalhadores fica em caixa. É lamentável, Senhor Presidente, ter um governo tão incompetente. Mas, na certeza de que V.Ex.ª honrará o compromisso que tem, com todos os portugueses, estará atento, desta vez, a uma situação particular, mas que afecta milhares de famílias.
Viva Portugal!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O GOVERNO É UM ATL



A “Jota” ajuda a ganhar experiência e tarimba. Foi o que afirmou Duarte Marques, também ele, um “Jota”. "Aliás o que falta a António Borges é não ter sido “Jota”.
Bom! Isto é, no mínimo, hilariante. Aliás, está a comprovar-se porque, razão, foram dadas as equivalências ao Relvas. O tipo foi da “Jota”. Aliás ele ganhou tarimba nas contas de telemóvel, ganhou tarimba na indicação de moradas várias, para justificar subsídios, enquanto esteve na Assembleia da República. Portanto, estão a ver a tarimba que não dá a “Jota”. Há currículos fantásticos na malta da “Jota”. Um dos currículos que saltou à vista foi de um “Jota” que esteve no gabinete do ministro da educação que incluía, na sua vasta experiência, a presidência da Associação Académica de Trás-os-Montes e o posto de secretário-geral adjunto da JSD. Coitado, acabou por sair quando se aperceberam que afinal a sua qualificação não era a de engenheiro. Pouco esperto, diria eu. Podia ter pedido equivalências, embora lhe faltasse a experiência no Rancho Folclórico dos Pauliteiros de Miranda.
Avaliar estes tão dignos assessores pela idade é injusto. Pois, eles muito cedo, começam a ter experiência da vida do desenrasca na “Jota”. Desde os gangs do multibanco para pagar quotas de militantes para votar, até outras aldrabices. Vejam o caso do próprio Duarte Marques. Um rapaz cheio de experiência, pois com 27 anos de idade, já tinha trabalhado seis anos em Bruxelas. Ou seja, desde os 21 anos que iniciou a sua tarimba. Ou foi assessor do Durão Barroso ou era porteiro na Instituição. Acredito mais que tenha começado como porteiro, onde sempre se abrem portas para um futuro promissor. E cá está ele!
Já o Catroga, embora não tenha andado na “Jota”, porque já não tinha idade para isso, não deixa de ser um bom exemplo do que se ensina na Universidade de Verão. Tanto que, foi o escolhido pelos Chineses, pela sua capacidade linguística. Embora a sua linguagem, inclua pentelhos, o que só demonstra a sua modernidade, não diz os disparates do António Borges, que deveria ter sido “Jota”.
Uma notícia destas, publicada no jornal público e defendida pelo “experiente” presidente da “Jota” só demonstra o hilariante, mas simultaneamente, a tristeza de estarmos rodeados de “Jotas”. As nomeações não são muitas, pois só no gabinete do Coelho são 66. É o governo mais pequeno, desde que estamos em democracia. Nem Salazar conseguiria poupar tanto!
Por isso, não me admira que estejam a brincar, com o meu país. São só putos no governo e um dos mais idosos, António Borges, falta-lhe a experiência da “Jota”.
Poderá haver portugueses que não se sintam incomodados. Eu estou…nunca gostei de ter ao colo, os putos a mamar, com as fraldas mijadas.