terça-feira, 26 de março de 2013

SEI LÁ SI É


“Selassie” (Sei Lá Si É) tem dialogado com o Gaspar. O Gaspar dizia que eram quatro mil milhões os cortes, a fazer. O líder da Troika disse: Sei Lá Si É! Só agora é que acabou por adiantar que era melhor cortar 5,6 mil milhões. Coisa pouca, porque só representa mais 40%.
O Gaspar fez logo as contas e disse: “Bom! Com o corte de mais dois meses de salários, compensamos esta diferença. O problema, mesmo, são os 4 mil milhões. De imediato telefonou ao Ministro da Saúde e pediu-lhe um conselho terapêutico para o problema. O ministro, de imediato, ofereceu-se para estudar os cortes que teria de fazer no seu ministério. Sim, porque no Ministério da Defesa a coisa está a complicar-se por falta de operacionalidade das Forças Armadas, principalmente na falta de equipamento para o combate na selva, pois é fundamental graxa para camuflar a cara. Os desgraçados já andam a pôr a graxa das botas.

Então, o Ministro da Saúde disse que sim, que era possível. Embora estejam a pagar pouco mais de dois euros por hora extraordinária, que os médicos especialistas fazem nos Hospitais, o Ministro disse que pode passar a pagar um euro e reduz a despesa em 50%.
Como já não há cobertores nos Hospitais, o Ministro já deu autorização, para cortarem os existentes, ao meio, e assim duplicar o número dos mesmos. Já quanto aos técnicos necessários para fazer electrocardiogramas o problema vai ser colmatado, exigindo aos doentes que tenham enfartes que tragam de casa, já feito, o mesmo.

Vai ser exigido aos doentes que realizem análises, fora dos Hospitais, e que sejam portadoras das mesmas sempre que forem a uma urgência. As análises são válidas desde que não ultrapassem um ano de idade. Porque de acordo com a Organização Mundial de Saúde, as análises ao sangue e à urina, ao fim de um ano, perdem a validade, porque o sangue fica coalhado e seca e as urinas cheiram mal para burro.
Como grande parte dos portugueses está a deixar de poder pagar o seu seguro de saúde, espera-se um aumento significativo de pessoas nas urgências dos hospitais. Para isto, o Ministro da Saúde, também, já tem solução para o problema. Vai aumentar a possibilidade de se prestarem mais serviços privados, nos hospitais públicos. Consultas e intervenções cirúrgicas. Depois, o estado que tem incentivado a iniciativa privada, pagará, com atraso de 365 dias, estas intervenções.

“Sei Lá Si É” comprometeu-se com o Gaspar, que dentro de pouco mais de um ano, já todo o sistema de saúde estará nas mãos dos privados.
Já em relação ao desemprego o líder da Troika disse: “Sei Lá Si É” 20% ou 25%...Logo se verá… Mas, o desemprego quanto maior for, melhor será para a Balança Comercial. Haverá menos importações, porque, ao fim e ao cabo, vocês importam tudo o que é para comer. Ora, comendo menos, importamos menos.

A boa notícia de última hora é que se está a fazer mais fornos crematórios. Espera-se um aumento significativo de clientes. O Gaspar já está de volta das previsões. Mas, o chefe da Troika disse: "Pouco importam as previsões. Tanto faz que sejam mais 5% ou mais 10%. O que é importante é que haja um aumento significativo de gente a utilizar este serviço." "Sei Lá Si É", ainda sugeriu ao Gaspar, para os tipos que morrerem, entretanto, tenham que pagar um imposto extraordinário de ocupação do solo: IMIDEFUNTO! Quem for cremado terá de pagar uma taxa de CO2, equivalente ao preço de uma garrafa de gás de 20 kgs.

quarta-feira, 20 de março de 2013

TRABALHO ESCRAVO É O QUE ESTÁ A DAR…


Não fiquei muito admirado com as declarações do Eng.º Belmiro.
Quando este iniciou o negócio da grande distribuição, aliás, o único negócio onde tem realizado dinheiro, porque, tanto quanto sei, os restantes não serão muito abonatórios. A  grande oportunidade foi o espremer, ao máximo, os fornecedores e pagar baixos salários, utilizando a mão-de-obra dos fornecedores para repor os produtos nas prateleiras.
Ou seja…não constitui nenhuma sabedoria este tipo de negócio. Compra-se em quantidade, entusiasmando os fornecedores e depois, exigem-se promoções, descontos de contrato, em que todos os anos são inventados novos descontos, sufocando os fornecedores e por último, são os fornecedores que pagam a reposição dos seus produtos na prateleira.
Praticamente, um supermercado funciona com meia dúzia de “chefias” e operadores de caixa.
Foi deste modo, e com os licenciamentos que os sucessivos governos foram dando para a abertura deste tipo de lojas, que “mataram” o comércio local. A criação de emprego foi sempre um falso argumento, porque os novos empregos criados, levaram para o desemprego, famílias inteiras.
Seria curioso apreciar, com uma verdadeira inspecção de trabalho, o número de funcionários que recebem pouco mais de duzentos euros, dando como contrapartida dezenas de horas de trabalho.
Foi neste Portugal de sucesso, o do consumismo, que andou meio Portugal embriagado, havendo só meia dúzia de empresários que investiram em sectores reprodutivos. Sim, porque abrir supermercados não cria riqueza nenhuma, a não ser para investimentos falhados de Bancos do Universo, redes móveis sem sucesso e tantos outros negócios.
É preciso ter as vistas curtas…porque baixos salários, não criam consumo. Já estamos a assistir ao fecho de algumas grandes superfícies, tal como já assistimos ao fecho de lojas de marcas que vão fechando aqui e ali.
Acho bem! Continuem a criar um mercado atractivo de baixos salários, talvez, os Cipriotas, venham às compras ao Continente. Eu não vou! Prefiro o comércio local ou o pão do Pingo Doce que tem mais qualidade.

segunda-feira, 18 de março de 2013

SEM ESPERANÇA


Durante o governo de Sócrates, escrevi com regularidade sobre o mesmo. Com o governo de Passos Coelho tenho vindo a perder o entusiasmo de escrever sobre o mesmo.

Matéria não falta, pois, a cada dia que passa, a incompetência deste e dos seus ministros, roça o ridículo. As manifestações sucedem-se. O governo, impávido e sereno, vai errando de modo grosseiro todas as previsões macroeconómicas. Cada vez que erram as projecções, a única medida é de retirar rendimentos do trabalho ou das reformas, como se não tivessem cabeça para pensar que estas vão afundando cada vez mais a economia. País a caminho de uma pobreza incomensurável.

Por outro lado, o objectivo não declarado, que é a destruição do Estado, para que, depois, por milagre, aparecerem os privados como os salvadores da pátria.

Estes país não é para velhos, mas também não é para jovens. Os jovens têm que se habituar à ideia de fazerem a sua vida emigrando. Os velhos têm de tomar consciência de terem uma velhice de miséria, até que a morte lhes bata à porta, sendo deste modo um alívio para o governo.

Perante a situação gravíssima em que se encontra o país, já não é com manifestações ordeiras que o governo assume a sua incapacidade e se demite. Todos eles viveram a sua vida, para chegarem onde estão. O futuro espera por eles assim que saiam do governo.

Já para os portugueses, nada resta. Não vale a pena virmos com frases feitas sobre esperança e fé. Se assim fosse, existem, hoje, mais razões, do que em 1917, para o aparecimento da nossa Senhora. Poderia ser a nossa Senhora de S. Bento que iluminasse os três novos pastorinhos, Pedro, Miguel e Gaspar.

Mas, que desta vez, não fosse nenhum deles para um Convento. Ficava-nos mais barato, enviá-los para ao pé do Sócrates. De certeza que haveria alguma empresa Suíça que lhes garantisse o futuro. E não tenho dúvidas…o Cavaco promulgava e o Tribunal Constitucional levaria, pelos menos um ano a pronunciar-se se existiria inconstitucionalidade ou não.